Em Cristo, somos completas e perfeitas. Em Cristo, encontramos nossa verdadeira identidade e propósito.
Eu me identifico com Marta. Muitas de nós, desejamos ser como Maria, aquela discípula que equilibra tão bem a adoração e o serviço. No entanto, na maioria das vezes, nos encontramos vivendo nossos dias como Marta. Marta foi a irmã mais velha de Maria, e frequentemente ela retratada como um exemplo do que não devemos ser. Mas, ao nos adentrarmos na Palavra de Deus que mencionam Marta, começamos a ver uma pessoa diferente.
O nosso primeiro encontro com Marta revela seu lugar como à anfitriã da casa.
No versículo 40 Marta perguntou à Jesus — “Senhor, não te importas que minha minha irmã me deixes servir só?”
Embora as Escrituras não nos forneçam todos os detalhes, posso imaginar que a sala ficou instantaneamente quieta e todos os olhos se voltaram para Marta, surpresos com sua reação.
Mas Jesus, com gentileza, e com seu amor inexplicável a repreendeu de maneira amorosa.
Ao chamar seu nome duas vezes - Marta, Marta - Ele realinhou sua atenção para Ele e lembrou-a do que era mais importante. Marta era uma serva e uma realizadora, mas precisava ser lembrada de quem e por que servia. Veja: Jesus não a culpou por estar preocupada com as tarefas domésticas, mas sim, apenas pediu-lhe que estabelecesse prioridades corretas.
À lição aqui está em olhar para o lugar certo - olhar para cima, e perceber que está não é a hora de perder o momento mais que especial - aos pés de Jesus. O meu conselho, aqui está em te lembrar em não negociar o que é temporário pelo eterno. Não se perder nas preocupações e ocupações da vida. Mas sim se concentrear na presença e no amor de Cristo.
Marta demonstrou uma atitude de orgulho — Nos levando à crer que a atitude de Marta à levou para um orgulho pecaminoso, que, por sua vez, a tornava suscetível a outros sentimentos, como raiva, ressentimento, ciúme, desconfiança, espírito crítico, julgamento. Isso nos ensina que os pensamentos e sentimentos de Marta se tornaram excessivamente egocêntricos, ou seja, centrados demais em si mesma.
O que pode estar relacionado ao perfeccionismo ao considerar como a atitude de Marta, caracterizada por um orgulho pecaminoso e uma busca por perfeição, a levou a sentimentos negativos. E o perfeccionismo muitas vezes está ligado a um desejo excessivo de controle e a uma busca constante por excelência, o que pode levar a sentimentos de frustração, raiva e crítica, tanto em relação a si mesma quanto aos outros. E Marta, ao se preocupar demais com a perfeição e a realização das tarefas, perdeu de vista o que era mais importante: a presença e a mensagem de Jesus. Isso nos ensina a importância de equilibrar a busca pela excelência com a humildade, evitando os efeitos negativos do perfeccionismo.
Marta era conhecida por sua hospitalidade e diligencia, mas também por sua tendência ao perfeccionismo. Ela se esforçou para alcançar padrões elevados em suas tarefas, muitas vezes se preocupando com os detalhes ao invés de desfrutar da presença de Jesus.
Assim como muitas de nós, Marta lutava com a busca incansável pela perfeição. No entanto, Deus não espera que sejamos perfeitas. Ele nos criou para andarmos em perfeita sintonia com o Seu Espírito, permitindo que Ele nos molde à Sua imagem. Nossa perfeição está em quem somos em Cristo e no que podemos oferecer por meio Dele, para Ele e para Sua glória.
Quando estamos constantemente lutando pela perfeição inatingível, estamos perseguindo algo que nunca nos satisfará. Devemos abandonar nosso desejo de alcançar a perfeição e nos apegar à perfeita graça e amor de Deus, enquanto nos movemos em direção à santidade por meio do poder do Seu Espírito.
Deus não quer que nos esforcemos pela excelência em tudo que fazemos. Ele quer que confiemos Nele, que nos apeguemos à Sua graça e que permitamos que Ele nos transforme à Sua imagem. Marta, ao servir e adorar Jesus, encontrou um lugar de comunhão perfeita em Cristo, onde sua identidade não estava mais enraizada no perfeccionismo, mas na graça e no amor de Deus.
No entanto, sua história revela uma luta que muitos de nós enfrentamos: a diferença entre perfeccionismo e excelência.
Em sua primeira aparição, vemos Marta sobrecarregada e ansiosa, distraída por muitas tarefas, enquanto sua irmã Maria escolhe sentar-se aos pés de Jesus, ouvindo atentamente sua Palavra. Marta, preocupada com as demandas da hospitalidade, pergunta a Jesus se Ele não se importa que ela esteja sozinha servindo. Jesus, com gentileza, a lembra de que há uma única coisa realmente necessária: estar em Sua presença, ouvir Sua voz e aprender Dele.
Essa cena nos mostra a luta de Marta com o perfeccionismo. Ela se esforçava para alcançar um padrão de serviço impecável, mas se esqueceu da importância de simplesmente estar com Jesus. Sua ansiedade e preocupação revelam uma busca por validação e realização pessoal através de suas obras.
A última cena com Marta mostra-a servindo novamente, (João 12:1-8) desta vez em um lugar de celebração e adoração. Maria, sua irmã, unge os pés de Jesus com um perfume valioso, e Marta está lá, servindo como sempre. No entanto, desta vez não vemos a distração e ansiedade de antes. Marta serve com alegria e contentamento, porque agora ela entende que a verdadeira excelência vem de servir a Cristo com um coração grato, não de alcançar padrões inatingíveis de perfeição.
A jornada de Marta nos ensina que a diferença entre perfeccionismo e excelência está na motivação. Quando buscamos a excelência para a glória de Deus e o bem dos outros, encontramos a verdadeira realização e contentamento.
O perfeccionismo nos aprisiona em um ciclo interminável de autoexigência e decepção, enquanto a excelência nos liberta para servir com alegria e propósito.
Que possamos seguir o exemplo de Marta, aprendendo a buscar a excelência em todas as áreas de nossas vidas, não por nossa própria glória, mas para refletir o caráter de Cristo e servi-Lo com alegria e gratidão.
Que possamos seguir o exemplo de Marta, deixando de lado a busca pela perfeição e nos apegando à perfeição da graça e do amor de Deus.
Em Cristo, somos completas e perfeitas. Em Cristo, encontramos nossa verdadeira identidade e propósito.
Com Fé, amor e gratidão - Alessandra